Os motores modernos de todos os carros movidos a gasolina, álcool ou flex possuem uma válvula chamada de cut-off, cuja função é cortar o combustível quando o carro está engatado e com o acelerador aliviado. Nessa situação, ao tirar o pé do acelerador numa descida e com o câmbio em qualquer marcha (3ª, 4ª ou 5ª), a válvula corta a alimentação de combustível para o motor, quando entra em atuação o freio-motor. Os giros (RPM) começam a cair até perto de 900 RPM (se você não reduzir alguma marcha), quando o carro religa. Isso se explica pelo fato de não haver solicitação de potência e sim de redução, pois o motorista aliviou o pé do acelerador com o carro engatado, ativando o freio motor. O carro fica com o consumo zerado, pois com a borboleta de aceleração fechada nessas condições, não há admissão de ar e consequentemente não há admissão de combustível. O motor não morre porque o giro das rodas mantém ele funcionando normalmente, até o citado limite de 900 RPM, quando a vávula cut-off deixa de atuar e o combustível é fornecido novamente ao motor.
Descer na banguela não é um bom negócio. Numa descida feita com o carro em ponto-morto, existe a possibilidade real de superaquecer os freios, diminuindo drasticamente sua eficiência, podendo causar um acidente. Além disso, um carro em ponto-morto é mais difícil de se controlar numa situação em que seja necessária uma manobra evasiva e demande grande agilidade por parte do veículo. E quanto ao consumo, vai a explicação: em ponto-morto / banguela, para manter o motor ligado, é necessário que seu suprimento de combustível seja mantido ininterruptamente, sob pena de ele apagar. Alías, este é dos um dos motivos pelos quais a banguela é proibida e conste inclusive no Código de Trânsito Brasileiro: com o motor desligado, sistemas vitais do carro endurecem ou deixam de funcionar, como a direção, freios e embreagem, causando sérios riscos à condução.
Em carros automáticos, não temos conhecimento de como atua a válvula cut-off, mas como as mudanças de marchas acontecem do mesmo jeito (apenas sem a intervenção do motorista) e dado a existência de uma posição ponto-morto nestes carros, imaginamos que a operação se repita sem maiores diferenças em relação aos carros equipados com câmbios tradicionais.
Abaixo você confere um vídeo, tirado do programa Vrum, mostrando na prática como isso acontece.
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