quarta-feira, 11 de maio de 2011

30 Anos Sem O Rei Bob Marley













O músico jamaicano Bob Marley, considerado o "rei do reggae", com mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, morreu em Miami no dia 11 de maio de 1981, 30 anos atrás. Mas, apesar das homenagens em todo o mundo, seu legado perde força em seu próprio país.
Os rastafaris de Zâmbia se reuniram em Lusaka para "celebrar a vida" do ídolo que se tornou "a voz dos desfavorecidos" do mundo inteiro. Sua música "continua mantendo uma unidade que vai além de credos, raças, cores, fronteiras e culturas", diz Brian Chengela, diretor da Jah Entrenainment.
Também serão realizadas na terça (11) apresentações transmitidas em programas de rádio ou televisão, como o documentário: "The Wailers: catch a fire", que mostra os bastidores da gravação deste álbum em 1972.
Trinta anos depois da morte do músico jamaicano, várias correntes musicais "apareceram a partir dos anos 1950, como o punk e o rock, que continuam existindo", explica a socióloga e pesquisadora da Universidade de Paris-Sorbonne, Anne Petiau.
Robert Nesta Marley ainda simboliza o protesto, a emancipação e a liberdade para muita gente de diferentes crenças, inclusive jovens, que descobriram a música de um astro que nasceu em um país pobre que era ouvida pelos pais e avós.
Os mais velhos "continuam ouvindo a música de sua juventude que (...) os faz voltar àquele tempo", segundo Petiau.
Em termos gerais, a voz e a espititualidade de Bob Marley - como parte da cultura rastafari, que o apresentava como o apóstolo da cannabis - transformaram o reggae na música dos desfavorecidos em vários lugares do mundo.
Assim é, por exemplo, na África, quando nos lembramos dos músicos Alpha Blondy e Tiken Jah Fakoli, um continente do reggae, como Bob Marley previa.
História
O pai do reggae nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945 em Rhoden Hall, perto de Nine Miles, na paróquia de Saint Ann (Jamaica), de mãe jamaicana e pai inglês (oficial da Marinha que o músico não conheceu).
Morou no gueto de Trenchtown, em Kingston, e, em 1962, gravou seu primeiro single "Judge Not", no qual formou a banda "The Wailers" com Peter Tosh e Bunny Wailer.
Em 1966 se mudou para os Estados Unidos por razões financeiras. Lá conheceu Mortimer Planno, um jamaicano de origem cubana que o ensinou parte da cultura rastafari.
Depois de voltar à Jamaica nos anos 1960, gravou seu primeiro álbum com os Wailers no início dos anos 70. "Catch a fire" e "Burnin" em 1973. Em 1974 gravou o primeiro álbum solo, "Natty dread". Depois vieram "Rastaman vibration" em 1976 e "Exodus" em 1977.
Em 1977, Bob Marley fez, com o "The Wailers", um grande show lendário durante o qual interpretou algumas músicas do álbum que acabava de gravar ("I shot the sheriff", "Lively up yourself", "Get up, stand up", "Jamming", "No woman no cry", "Exodus" e "War").
Bob Marley continuou gravando discos até o fim de sua vida. "Survival", em 1979, e Uprising, em 1980, foram os últimos.
Compromisso político
Hoje, o culto ao ídolo continua aquecendo a indústria da música, mas o compromisso político tende a se perder entre os jovens.
Nas ruas da capital da Jamaica, onde há um museu voltado para objetos e fotos do artista, a lenda de Bob Marley ainda é alimentada. Diariamente é oferecida uma excursão à Nine Miles, cidade natal do cantor, onde são vendidos suvenires de todos os tipos.
No entanto, o medo de que o artista se torne apenas mais um motivo comercial é o mesmo de que ele seja esquecido.
"Seu objetivo nunca foi comercial", explica o amigo Herbie Miller. "O dinheiro não era a principal motivação" de Bob Marley.
As músicas do pai do reggae já tocam pouco na Jamaica. Miller afirma que "o poder da Jamaica tenta suavizar" o lado comprometido de Bob Marley com as questões de liberdade e defesa dos oprimidos.
A Fundação Marley lamenta a "falta de eventos comemorativos dos 30 anos de morte do cantor", e afirma que sua música já não tem mais a mesma força.

"Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida". Esta frase ficou famosa na voz de Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley. Nesta quarta-feira completa 30 anos de sua morte, em 11 de maio de 1981, em Miami, no Estados Unidos.

Nascido em 6 de maio de 1945, de família humilde, em Nine Mile, na Jamaica, o cantor e compositor é considerado um dos mitos da música do século 20 e o expoente máximo do reggae. Não por acaso, o disco de grandes sucessos Legend, publicado pela primeira vez em 1984, continua sendo o álbum mais vendido da história deste estilo musical.

Sua lenda começou em 1973 com o álbum Catch a Fire, gravado no início de sua parceria com a banda The Wailers, criada em 1962 por Bob Marley, Peter Tosh, Bunny Wailer, Berverly Kelso, Cherry Smith e Junior Braithweire. Começaram tocando ska e outros ritmos jamaicanos, como rocksteady. Na sequência, veio Burnin e um êxito crescente nos Estados Unidos com sucessos como Get Up, Stand Up e I Shot the Sheriff.

À época, Bob já estava casado com Rita e adepto do rastafári, religião que mescla profecias bíblicas, filosofia naturalista e orgulho negro, tendo a maconha como parte da liturgia, que tanto contagiou sua música. Rita Marley era uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Kymani Marley e Damian Marley (conhecido como Jr. Gong) também seguiram carreira musical.

Em 1974, após imposições da gravadora Island, o nome mudou para Bob Marley & The Wailers. Tal fato provocou a saída de Peter Tosh, que não aceitou a mudança e passou a seguir carreira solo. Bunny Wailer saiu para dedicar-se à sua fé.

Bob Marley & The Wailers continuaram os sucessos fonográficos. Com eles, vieram os discos Natty Dread (1975) e, sobretudo, Rastaman Vibrations (1976), que chegou aos primeiros lugares dos rankings nos Estados Unidos, expondo vivamente sua mensagem de amor e crítica social.

Radicado nos EUA após ter sido baleado em Kingston, Bob lançou Exodus (1977), Kaya (1978), Babylon By Bus (1978) e Survival (1979), que aumentaram sua fama internacional. Seu último disco em vida foi Uprising (1980), cuja turnê pela Europa viu recordes de público.

Em julho de 1977, o músico descobriu uma ferida no dedão de seu pé direito, que pensou ser de uma partida de futebol. A ferida não cicatrizou, e sua unha posteriormente caiu. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos o aconselharam a ter o dedo amputado, mas o cantor recusou-se devido aos princípios rastafáris que diziam que os médicos são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de curar.

Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança. A amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge. Marley então passou por uma cirurgia para tentar extirpar as células cancerígenas. A doença foi mantida em segredo do grande público.

O câncer espalhou-se para seu cérebro, pulmão e estômago. Durante uma turnê no verão de 1980, numa tentativa de se consolidar no mercado norte-americano, Marley desmaiou enquanto corria no Central Park de Nova York. Isso aconteceu depois de uma série de shows na Inglaterra e em Nova York, mas a doença o impediu de continuar com a grande turnê agendada. Marley procurou ajuda, e decidiu ir para Munique para tratar-se com o especialista Josef Issels por vários meses, não obtendo resultados.

Segundo seu filho Ziggy Marley, Bob se converteu ao cristianismo antes de morrer, em 1977. O motivo seria que, segundo a religião rasta, o corpo é um templo sagrado e por isso retirar o câncer seria errado. Marley teria descoberto muitas semelhanças entre o rastafarianismo e o cristianismo, e decidido que seu corpo deveria ser tratado. O próprio Ziggy ainda tenta espalhar o legado de seu pai, com ideais e raízes do rastafarianismo e do reggae, mas com um entendimento cristão.

Um mês antes de sua morte, Bob Marley foi premiado com a Ordem ao Mérito Jamaicana. Ele queria passar seus últimos dias em sua terra natal, mas a doença se agravou durante o vôo de volta da Alemanha e Marley teve de ser internado em Miami. Ele morreu no hospital Cedars of Lebanon no dia 11 de maio de 1981 em Miami, Flórida, aos 36 anos.

Seu velório na Jamaica foi uma cerimônia digna de chefes de Estado, com elementos combinados da Igreja Ortodoxa da Etiópia e do Rastafarianismo. Ele foi enterrado em uma capela em Nine Mile, perto de sua cidade natal, junto com sua guitarra favorita, uma Fender Stratocaster vermelha.

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