O medicamento pode ser mais nocivo para a saúde do que se imagina. As interferências em vasos sanguíneos já o tornam contra-indicado para quem tem problemas cardíacos. Existem outras coisas, além do comprimido, que podem alargar os vasos. Entre elas, está a nitroglicerina (remédio perigoso, ministrado em doses ínfimas), mas também coisas comuns, como bronzeamento ao sol e bebidas. Alcoólatras precisam ter cuidado redobrado antes de se aventurar com Viagra.
A título de conhecimento, uma descrição básica sobre o funcionamento do medicamento. O pênis atinge a ereção através do aporte de sangue nos vasos sanguíneos que o compõem. Com a idade ou algum problema de disfunção, estes vasos tendem a se estreitar (a rigor, todos os vasos sanguíneos do corpo se estreitam, não apenas os do pênis), o que dificulta a ereção. Tudo o que as pílulas fazem é inibir a enzima responsável por esse estreitamento, de modo que a dilatação dos vasos ocorre mais facilmente e dura mais tempo.
Mesmo que a mulher deseje o sexo, as mudanças corporais posteriores à menopausa podem ser um problema. A diminuição da lubrificação vaginal, por exemplo, pode tornar o sexo intenso – que não seria obtido por um homem da mesma idade em condições naturais – muito mais dolorido. As mulheres mais velhas, de maneira geral, querem vinte, no máximo trinta minutos de relação sexual, e não uma maratona de duas horas. Além do desconforto, podem haver problemas ainda mais graves, tais como feridas na vagina e exposição direta a DSTs.
Falando em desejo sexual, existe outro mito a ser derrubado: o Viagra não aumenta a libido do homem. A jornalista cita um caso engraçado de um casal americano. Insatisfeito com seu “baixo aproveitamento”, o marido foi ao médico, que lhe receitou Viagra. Apesar de ter seguido à risca a orientação de tomar a pílula uma hora antes, ela não funcionou. O motivo? Durante esta uma hora, ele ficou assistindo um jogo de baseball enquanto ela esperava ansiosa, no quarto. A lição disso é que o Viagra deve ser tomado apenas se houver desejo, e pode ser prejudicial quando não houver.
Em busca de se adequar ao poder de fogo recém-adquirido pelo marido, algumas esposas recorrem a algumas práticas onde a medicina ainda tem pouca experiência, tais como a reconstituição vaginal, além de implantes de silicone e outras cirurgias plásticas. Se ela não fizer isso, segundo alguns psicólogos, aumentam as chances de a mulher ficar com auto-estima piorada e temer que o homem busque experiências extraconjugais que possam satisfazê-lo.
A jornalista afirma não estar desaconselhando ninguém a considerar o uso do Viagra. Afinal segundo ela, estudos recentes indicam que o homem pode acabar com a depressão graças ao Viagra. Isso porque os remédios antidepressivos inibem a ereção, e o Viagra restaura essa função. Voltando a ter vida sexual satisfatória, o homem pode simplesmente abandonar a depressão de forma “natural”. Entre 15% e 25% dos homens na faixa dos sessenta precisa de Viagra, e essa taxa fica em 5% para homens em seus quarenta anos.
O que Judith Newman aconselha é que não haja hipocrisia: qualquer mentira que vise disfarçar a situação real é considerada nociva. Se a mulher acha que precisa de lubrificante para tornar o sexo mais confortável, deve comprá-lo, se ela prefere apenas cinco minutos de sexo ao invés de uma hora, deve dizê-lo. A pílula da ereção, em resumo, deve ser tomada quando for “honesta”.
Fonte: msnbc
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